sexta-feira, 31 de julho de 2020

CORDEL "A LEI MARIA DA PENHA"

Dias de guerra, noites de amor: Lei Maria da Penha em cordel



A Lei Maria da Penha em Cordel
                                                                                                       Tião Simpatia
A Lei Maria da Penha
Está em pleno vigor
Não veio pra prender homem
Mas pra punir agressor
Pois em “mulher não se bate
Nem mesmo com uma flor”.

A violência doméstica
Tem sido uma grande vilã
 E por ser contra a violência
 Desta lei me tornei fã
 Pra que a mulher de hoje
 Não seja uma vítima amanhã.

Toda mulher tem direito
A viver sem violência
 É verdade, está na lei.
 Que tem muita eficiência
Pra punir o agressor
 E à vítima, dar assistência.

Tá no artigo primeiro
 Que a lei visa coibir;
A violência doméstica
Como também, prevenir;
Com medidas protetivas
E ao agressor, punir.

Já o artigo segundo
 Desta lei especial
Independente de classe
Nível educacional
De raça, de etnia;
E opção sexual...

 De cultura e de idade
De renda e religião
 Todas gozam dos direitos
Sim, todas! Sem exceção
 Que estão assegurados
 Pela Constituição.

E que direitos são esses?
Eis aqui a relação:
 À vida, à segurança
Também à alimentação
À cultura e à justiça
 À saúde e à educação.

 Além da cidadania
 Também à dignidade
Ainda tem moradia
 E o direito à liberdade.
 Só tem direitos nos “as”,
E nos “os”, não tem novidade?

Tem! Tem direito ao esporte
 Ao trabalho e ao lazer
 E o acesso à política
Pro Brasil desenvolver
E tantos outros direitos
Que não dá tempo dizer.

E a Lei Maria da Penha
 Cobre todos esses planos?
Ah, já estão assegurados
 Pelos Direitos Humanos.
A lei é mais um recurso
 Pra corrigir outros danos.

Por exemplo: a mulher
 Antes da lei existir,
 Apanhava e a justiça
Não tinha como punir
 Ele voltava pra casa
E tornava a agredir.

 Com a lei é diferente
É crime inaceitável
 Se bater, vai pra cadeia.
 Agressão é intolerável.
O estado protege a vítima
 Depois pune o responsável.

 Segundo o artigo sétimo
Os tipos de violência
Doméstica e familiar
Têm na sua abrangência
 As cinco categorias
Que descrevo na sequência.

A primeira é a física
Entendendo como tal:
Qualquer conduta ofensiva
 De modo irracional
Que fira a integridade
E a saúde corporal...

Tapas, socos, empurrões;
Beliscões e pontapés
 Arranhões, puxões de orelha;
 Seja um, ou sejam dez
 Tudo é violência física
 E causam dores cruéis.

Vamos ao segundo tipo
 Que é a psicológica
Esta merece atenção
Mais didática e pedagógica
 Com a autoestima baixa
Toda a vida perde a lógica...

Chantagem, humilhação;
 Insultos, constrangimento;
São danos que interferem
No seu desenvolvimento
Baixando a autoestima
E aumentando o sofrimento.

Terceira: Violência sexual
 Dá-se pela coação
Ou uso da força física
Causando intimidação
E obrigando a mulher
Ao ato da relação...

Qualquer ação que impeça
Esta mulher de usar
Método contraceptivo
Ou para engravidar
Seu direito está na lei
Basta só reivindicar.
A quarta categoria
 É a patrimonial:
Retenção, subtração,
 Destruição parcial
 Ou total de seus pertences
 Culmina em ação penal...

Instrumentos de trabalho
Documentos pessoais
 Ou recursos econômicos
 Além de outras coisas mais
 Tudo isso configura
Em danos materiais.

A quinta categoria
É violência moral
 São os crimes contra a honra
Está no código penal
 Injúria, difamação;
Calúnia, etc. e tal.

Segundo o artigo quinto
 Esses tipos de violência
 Dão-se em diversos âmbitos
 Porém é na residência
Que a violência doméstica
Tem sua maior incidência.

E quem pode ser enquadrado
 Como agente/agressor?
 Marido ou companheiro
Namorado ou ex-amor
No caso de uma doméstica
Pode ser o empregador.

Se por acaso o irmã
Agredir a sua irmã
O filho, agredir a mãe;
 Seja nova ou anciã
É violência doméstica
 São membros do mesmo clã.

 E se acaso for o homem
Que da mulher apanhar?
É violência doméstica?
Você pode me explicar?
Tudo pode acontecer
 No âmbito familiar!

Nesse caso é diferente;
A lei é bastante clara:
Por ser uma questão de gênero
 Somente à mulher ampara.
Se a mulher for valente
O homem que livre a cara.

E procure seus direitos
Da forma que lhe convenha
 Se o sujeito aprontou
E a mulher desceu-lhe a lenha
 Recorra ao Código Penal
Não à Lei Maria da Penha.

 Agora, num caso lésbico;
Se no qual a companheira
 Oferecer qualquer risco
 À vida de sua parceira
A agressora é punida;
Pois a lei não dá bobeira.

Para que os seus direitos
Estejam assegurados
A Lei Maria da Penha
Também cria os juizados
 De violência doméstica
Para todos os estados.

Aí, cabe aos governantes
 De cada federação
 Destinarem os recursos
Para implementação
 Da Lei Maria da Penha
Em prol da população.

Espero ter sido útil
 Neste cordel que criei
Para informar o povo
Sobre a importância da lei
Pois quem agride uma rainha
 Não merece ser um rei.

Dizia o velho ditado
 Que “ninguém mete a colher”.
 Em briga de namorado
 Ou de “marido e mulher”
Não metia... agora, mete!
Pois isso agora reflete
 No mundo que a gente quer.

PROFESSORA NANCI

quinta-feira, 30 de julho de 2020

HQ DA TURMA DA MÔNICA

MAGALI E CASCÃO EM... TROCA, TROCA!




PROFESSORA NANCI

quarta-feira, 29 de julho de 2020

A Bela e a Fera em vídeo!


A história de Bela, uma jovem leitora que sonha em viver aventuras como as que ela lê em seus livros e sempre enxerga além das aparências. Quando Bela encontra seu pai preso e doente no castelo encantado de uma horrível fera, ela se oferece para tomar o seu lugar.



Professora Nanci

terça-feira, 28 de julho de 2020

A Bela e a Fera


Adaptado dos contos dos irmãos Grimm

Papel Arroz A4 A Bela e a Fera 7 no Elo7 | Akemy Ono (BEFFAD)



Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas três filhas . A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso era chamada de “BELA”.
Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trarei presentes. O que vocês querem?
– As irmãs de Bela pediram presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
O pai se voltou para ela, dizendo:
— E você, Bela, o que quer ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando, a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. O interior, realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou, adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas limpas e uma refeição muito farta.
Repousado e satisfeito, o pai de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou
e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs, então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É justo que eu vá…
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida.
Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.
Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa, quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: “Apartamento de Bela”.
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim. Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta. Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada, retornou e fugiu através da salas.
Alcançada a última, percebeu que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e suplicante lhe disse:
— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo ; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes, honrar-me com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.
Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
— Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para ganhar tempo, disse:
— Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias voltaria.
Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos, pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu que já haviam transcorridos bem mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera que morria. Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso radioso e diante de grande espanto de Bela começou a transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e disse:
— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes e apaixonados.
PROFESSORA NANCI

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Hoje apresento a crônica  (nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência, etc...).

429) CRÔNICAS INFANTIS - AS TRÊS PIPAS DO VOVÔ




As três pipas do vovô
(Aline Dexheimer)

- Amanhã é dia de que? – Meus filhos perguntam os três ao mesmo tempo.
- Amanhã é dia de vovô e vovó – Eu respondo.
Eles saem saltitantes pela casa brincando e gritando.
-Eba! Amanhã é dia de vovô.
Como é bom "ser" criança e esperar pela visita dos avós no "mingo" (Domingo, dia dos avós). Uma semana eles veem, outra nós vamos.
Neste dia, o vovô veio cheio de papéis, cola e tesoura. É dia de vovô e também de churrasco. Oba!
A surpresa do dia. O vovô faria pipas para as crianças. Depois do churrasco, o vovô sentou rodeado de seus trinetos para confeccionar as pipas. Sentados lá na garagem, ficaram a tarde toda fazendo uma pipa, enquanto ele resgatava gostosas memórias de sua própria infância. Uma tarde não seria suficiente para as três pipas. Mas a diversão já estava preparada. Só faltava o vento!
Cadê o vento?
Naquela tarde muito quente de verão não tinha vento, mas não impediu que a turma se divertisse da mesma forma. Foi preciso mais um domingo para o término das pipas. E o tão esperado dia de vento apareceu, afinal. Munido das três pipas, dos trinetos e eu, com a câmera a tira colo, vovô partiu para o que seria a nossa aventura dominical. Chegamos de mansinho naquela praça no final da tarde. Havia crianças brincando de bola, casais tomando chimarrão, crianças no balanço, outros exercitando-se. Talvez, chovesse. Talvez ventasse. Estava estranho. A princípio, nenhum vento, para a tristeza das crianças. O vovô meio desapontado olhava para as nuvens. De repente, uma brisa o animou. Ele disse: 
- Olha o vento! – Correu para o carro e buscou as três pipas. 
Elas teimaram um pouco, mas subiram. Aos poucos as crianças pegaram o jeito. Corriam pela grande praça, enquanto as pipas voavam chamando atenção do restante das pessoas. Aos poucos outras crianças foram surgindo e querendo experimentar, crianças, talvez, sem um avô maravilhoso como este que confeccionava pipas. 
De longe, sentada no banco eu registrava os momentos com todas as fotos que podia. Meu pai ao lado dos netos e rodeado de crianças de todas as cores. Agradeci pelo momento tão maravilhoso desfrutado ao lado de meu pai e meus filhos trigêmeos.
Uma brincadeira quase tão rara nas nossas praças de cidades grandes com pais e avôs ocupados. Uma brincadeira gostosa num lindo final de tarde de verão coroada pelos raios de um por de sol igualmente raro.
Como é bom "ter" crianças e viver toda esta alegria.
Por isso, não me canso de agradecer:
-Obrigada! Viva o vovô com suas três pipas!
Professora Nanci

domingo, 26 de julho de 2020


26 de Julho – Dia dos Avós

Personagem de desenho animado de avó, conjunto de sete poses ...

No dia 26 de julho é comemorado o Dia dos Avós. Esse foi dia criado para homenagear a figura dos avós, que é uma das mais queridas e respeitadas. 
Isso acontece, principalmente, em virtude da experiência que eles acumularam ao longo dos anos e pela sabedoria que podem transmitir às gerações posteriores, sobretudo aos netos e bisnetos. Do mesmo modo que há dias para homenagear nossos pais e mães, há também um dia especial para estar junto e prestar homenagens aos nossos avós
Mas por que se comemora o dia dos avós justamente nesse dia? Para compreendermos a origem do dia dos avós, é necessário que nos remetamos à biografia de Jesus de Nazaré, o Cristo.
O dia 26 de julho foi escolhido pelo papa Paulo VI, no século XX, para homenagear os pais de Maria, mãe de Jesus, chamados Ana e Joaquim. Esses dois personagens históricos e bíblicos foram canonizados no século XVI pelo papa Gregório VIII por serem pais da mãe de Cristo e por terem-na concebido, segundo a tradição cristã, mediante ação milagrosa, já que o casal, à época, era considerado estéril. Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus, ao longo dos séculos, receberam comemorações festivas em diversas datas diferentes, mas Paulo VI houve por bem determinar o dia 26 como a data definitiva.

Nesse Dia dos Avós, não tem frase melhor a ser dita, a não ser uma de agradecimento por todos os passeios, brincadeiras, bolos no fim de tarde e, claro, pelo amor incondicional que tem por nós. Peço a Deus que olhe por todos os avós e dizer...
 "Cuidem-se!"
 Precisamos estar longe agora, para podermos ficar juntos depois.
Professora Nanci

sábado, 25 de julho de 2020


CONTOS DE FADA  EM VÍDEO!!!!





A BELA ADORMECIDA





PROFESSORA NANCI

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Texto narrativo: A Bela adormecida




Culturadoria



Era uma vez, há muito tempo, um rei e uma rainha jovens, poderosos e ricos, mas pouco felizes, porque não tinham concretizado maior sonho deles: terem filhos.
— Se pudéssemos ter um filho! — suspirava o rei.
— E se Deus quisesse, que nascesse uma menina! —animava-se a rainha.
— E por que não gêmeos? — acrescentava o rei.
Mas os filhos não chegavam, e o casal real ficava cada vez mais triste. Não se alegravam nem com os bailes da corte, nem com as caçadas, nem com os gracejos dos bufões, e em todo o castelo reinava uma grande melancolia.
Mas, numa tarde de verão, a rainha foi banhar-se no riacho que passava no fundo do parque real. E, de repente, pulou para fora da água uma rãzinha.
— Majestade, não fique triste, o seu desejo se realizará logo: Antes que passe um ano a senhora dará à luz uma menina.
E a profecia da rã se concretizou, e meses depois a rainha deu a luz a uma linda menina.
O rei, que estava tão feliz, deu uma grande festa de batizado para a pequena princesa que se chamava Aurora.
Convidou uma multidão de súditos: parentes, amigos, nobres do reino e, como convidadas de honra, as treze fadas que viviam nos confins do reino. Mas, quando os mensageiros iam saindo com os convites, o camareiro-mor correu até o rei, preocupadíssimo.
— Majestade, as fadas são treze, e nós só temos doze pratos de ouro. O que faremos? A fada que tiver de comer no prato de prata, como os outros convidados, poderá se ofender. E uma fada ofendida…
O rei refletiu longamente e decidiu:
— Não convidaremos a décima terceira fada — disse, resoluto. — Talvez nem saiba que nasceu a nossa filha e que daremos uma festa. Assim, não teremos complicações.
Partiram somente doze mensageiros, com convites para doze fadas, conforme o rei resolvera. 
No dia da festa, cada uma das fadas chegou perto do berço em que dormia a princesa Aurora e ofereceu à recém-nascida um presente maravilhoso.
— Será a mais bela moça do reino — disse a primeira fada, debruçando-se sobre o berço.
— E a de caráter mais justo — acrescentou a segunda.
— Terá riquezas a perder de vista — proclamou a terceira.
— Ninguém terá o coração mais caridoso que o seu — afirmou a quarta.
— A sua inteligência brilhará como um sol — comentou a quinta.
Onze fadas já tinham passado em frente ao berço e dado a pequena princesa um dom; faltava somente uma (entretida em tirar uma mancha do vestido, no qual um garçom desajeitado tinha virado uma taça de sorvete) quando chegou a décima terceira, aquela que não tinha sido convidada por falta de pratos de ouro.
Estava com a expressão muito sombria e ameaçadora, terrivelmente ofendida por ter sido excluída. Lançou um olhar maldoso para a princesa Aurora, que dormia tranqüila, e disse: — Aos quinze anos a princesa vai se ferir com o fuso de uma roca e morrerá.
E foi embora, deixando um silêncio desanimador e os pais desesperados.
Então aproximou-se a décima segunda fada, que devia ainda oferecer seu presente.
— Não posso cancelar a maldição que agora atingiu a princesa. Tenho poderes só para modificá-la um pouco. Por isso, Aurora não morrerá; dormirá por cem anos, até a chegada de um príncipe que a acordará com um beijo.
Passados os primeiros momentos de espanto e temor, o rei, decidiu tomar providências, mandou queimar todas as rocas do reino. E, daquele dia em diante, ninguém mais fiava, nem linho, nem algodão, nem lã. Ninguém além da torre do castelo.
Aurora crescia, e os presentes das fadas, apesar da maldição, estavam dando resultados. Era bonita, boa, gentil e caridosa, os súditos a adoravam.
No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha estavam ausentes, ocupados numa partida de caça. Talvez, quem sabe, em todo esse tempo tivessem até esquecido a profecia da fada malvada.
A princesa Aurora, porém, estava se aborrecendo por estar sozinha e começou a andar pelas salas do castelo. Chegando perto de um portãozinho de ferro que dava acesso à parte de cima de uma velha torre, abriu-o, subiu a longa escada e chegou, enfim, ao quartinho.
Ao lado da janela estava uma velhinha de cabelos brancos, fiando com o fuso uma meada de linho. A garota olhou, maravilhada. Nunca tinha visto um fuso.
— Bom dia, vovozinha.
— Bom dia a você, linda garota.
— O que está fazendo? Que instrumento é esse?
Sem levantar os olhos do seu trabalho, a velhinha respondeu com ar bonachão:
— Não está vendo? Estou fiando!
A princesa, fascinada, olhava o fuso que girava rapidamente entre os dedos da velhinha.
— Parece mesmo divertido esse estranho pedaço de madeira que gira assim rápido. Posso experimentá-lo também? Sem esperar resposta, pegou o fuso. E, naquele instante, cumpriu-se o feitiço. Aurora furou o dedo e sentiu um grande sono. Deu tempo apenas para deitar-se na cama que havia no aposento, e seus olhos se fecharam.
Na mesma hora, aquele sono estranho se difundiu por todo o palácio.
Adormeceram no trono o rei e a rainha, recém-chegados da partida de caça.
Adormeceram os cavalos na estrebaria, as galinhas no galinheiro, os cães no pátio e os pássaros no telhado.
Adormeceu o cozinheiro que assava a carne e o servente que lavava as louças; adormeceram os cavaleiros com as espadas na mão e as damas que enrolavam seus cabelos.
Também o fogo que ardia nos braseiros e nas lareiras parou de queimar, parou também o vento que assobiava na floresta. Nada e ninguém se mexia no palácio, mergulhado em profundo silêncio.
Em volta do castelo surgiu rapidamente uma extensa mata. Tão extensa que, após alguns anos, o castelo ficou oculto.
Nem os muros apareciam, nem a ponte levadiça, nem as torres, nem a bandeira hasteada que pendia na torre mais alta.
Nas aldeias vizinhas, passava de pai para filho a história da princesa Aurora, a bela adormecida que descansava, protegida pelo bosque cerrado. A princesa Aurora, a mais bela, a mais doce das princesas, injustamente castigada por um destino cruel.
Alguns cavalheiros, mais audaciosos, tentaram sem êxito chegar ao castelo. A grande barreira de mato e espinheiros, cerrada e impenetrável, parecia animada por vontade própria: os galhos avançavam para cima dos coitados que tentavam passar: seguravam-nos, arranhavam-nos até fazê-los sangrar, e fechavam as mínimas frestas.
Aqueles que tinham sorte conseguiam escapar, voltando em condições lastimáveis, machucados e sangrando. Outros, mais teimosos, sacrificavam a própria vida.
Um dia, chegou nas redondezas um jovem príncipe, bonito e corajoso. Soube pelo bisavô a história da bela adormecida que, desde muitos anos, tantos jovens a procuravam em vão alcançar.
— Quero tentar também — disse o príncipe aos habitantes de uma aldeia pouco distante do castelo.
Aconselharam-no a não ir. — Ninguém nunca conseguiu!
— Outros jovens, fortes e corajosos como você, falharam…
— Alguns morreram entre os espinheiros…
— Desista!
Muitos foram, os que tentarem desanimá-lo.
No dia em que o príncipe decidiu satisfazer a sua vontade se completavam justamente os cem anos da festa do batizado e das predições das fadas. Chegara, finalmente, o dia em que a bela adormecida poderia despertar.
Quando o príncipe se encaminhou para o castelo viu que, no lugar das árvores e galhos cheios de espinhos, se estendiam aos milhares, bem espessas, enormes carreiras de flores perfumadas. E mais, aquela mata de flores cheirosas se abriu diante dele, como para encorajá-lo a prosseguir; e voltou a se fechar logo, após sua passagem.
O príncipe chegou em frente ao castelo. A ponte elevadiça estava abaixada e dois guardas dormiam ao lado do portão, apoiados nas armas. No pátio havia um grande número de cães, alguns deitados no chão, outros encostados nos cantos; os cavalos que ocupavam as estrebarias dormiam em pé.
Nas grandes salas do castelo reinava um silêncio tão profundo que o príncipe ouvia sua própria respiração, um pouco ofegante, ressoando naquela quietude. A cada passo do príncipe se levantavam nuvens de poeira.
Salões, escadarias, corredores, cozinha… Por toda parte, o mesmo espetáculo: gente que dormia nas mais estranhas posições.
O príncipe perambulou por longo tempo no castelo. Enfim, achou o portãozinho de ferro que levava à torre, subiu a escada e chegou ao quartinho em que dormia A princesa Aurora.
A princesa estava tão bela, com os cabelos soltos, espalhados nos travesseiros, o rosto rosado e risonho. O príncipe ficou deslumbrado. Logo que se recobrou se inclinou e deu-lhe um beijo.
Imediatamente, Aurora despertou, olhou par ao príncipe e sorriu.
Todo o reino também despertara naquele instante.
Acordou também o cozinheiro que assava a carne; o servente, bocejando, continuou lavando as louças, enquanto as damas da corte voltavam a enrolar seus cabelos.
O fogo das lareiras e dos braseiros subiu alto pelas chaminés, e o vento fazia murmurar as folhas das árvores. A vida voltara ao normal. Logo, o rei e a rainha correram à procura da filha e, ao encontrá-la, chorando, agradeceram ao príncipe por tê-la despertado do longo sono de cem anos.
O príncipe, então, pediu a mão da linda princesa em casamento que, por sua vez, já estava apaixonada pelo seu valente salvador.
Eles, então, se casaram e viveram felizes para sempre!

Professora Nanci

Poema Saber Viver - Cora Coralina   Não sei… se a vida é curta ou longa demais para nós, mas, sei que nada do que vivemos tem sentido, se nã...